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domingo, 16 de agosto de 2009

Hoje é domingo, pede cachimbo...

Nunca gostei de domingos. Menos ainda que da tão mal-afamada segunda-feira. Domingo não é dia de preguiça, mas de tédio. Não é dia de descanso, mas de falta do que fazer. A segunda, por mais que seja o dia oficial da ressaca, é também o dia de ligar a chave da normalidade de novo, de voltar ao trabalho, de se sentir produtiva. O domingo é o dia em que tudo parece parar, embriagado pela monotonia e calor. Na segunda-feira, parece que uma fada balança sua varinha e todos os carros voltam às ruas, com seus estressados e atrasados ocupantes xingando uns aos outros nos cruzamentos.
Com o passar dos anos, venho aprendendo a não detestar os domingos com tanta intensidade. Procura ocupá-lo de várias formas, tento enxergá-lo como um novo sábado, crio artifícios diversos para enganar a mim mesma.
Quanto à segunda-feira, continua sendo meu dia preferido da semana. Tão ocupados que todos estão em odiá-la, nem percebem que o primeiro dia útil da semana é um primeiro de dezembro a cada sete dias. É sempre a sensação de recomeço, de que agora tudo será melhor, de que eu conseguirei terminar todas as minhas obrigações até sexta e nada vai atrapalhar meu final de semana, de que essa semana não vou me atrasar, nem reclamar com o porteiro, nem me chatear com o xixi do cachorro...
A segunda-feira, injustamente odiada, é a chance de se reinventar toda semana. Mas a maioria de nós prefere continuar igualzinho ao que era no modorrento domingo.