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terça-feira, 27 de abril de 2010

Quem lê um conto...

Hoje eu li e reli o mesmo conto umas cinco ou seis vezes. Não era nenhum grande exemplo da literatura mundial, não era um García Marquez, não era um Machado. Mas era um conto que eu vivi, e que eu escrevi, e que gostei de vivê-lo e de destrinchá-lo em palavras.
Quem me conhece sabe: tenho mania de repetição. Às vezes leio o mesmo livro duas vezes seguidas. Sempre ouço as mesmas músicas repetidamente até que um dos meus filhos reclame que não aguenta mais. No tempo da fita cassete, eu gravava um lado inteiro com uma música pra ouvir sem parar. Agora coloco apenas o botão repeat. Há umas semanas ouvi sem parar a "maria-sem-vergonha" do Chico. Hoje ouvi "Menina Veneno" umas dez vezes (sim, sou eclética...).
Hoje li e reli o tal conto e a cada vez descobri palavras escondidas por mim nas entrelinhas. E senti saudades. Mas a falta que eu senti não foi de nada que tava lá escrito, nem de ninguém descrito, mas dos muitos dias em que escrevi aquele conto, daquela necessidade de falar sobre essa história (que não é de amor e ainda assim é linda). Senti saudades da tarefa que me impus de escrever pra tentar entender, pra catalogar, pra categorizar, pra dar nome aos bois, pra saber de que tipo de matéria foi feita, pra encerrar.
Sim, a lua tá cheia, amanhã é 28 de abril e eu estou nostálgica.

domingo, 25 de abril de 2010

Sobre a timidez

Quem me conhece, e até quem mal me vê, sabe que de tímida não tenho nada. Falo muito, alto e com o corpo todo. Gesticulo, me balanço, faço caras e boca. Provavelmente por isso, tenho um problema enorme com pessoas tímidas, que parecem não saber dizer a que vieram. Fico querendo adivinhar seus pensamentos, boto frases em suas bocas, dou opções do tipo a, b, c, d, N.R.A. pra ver se facilita, mas não consigo ficar muito tempo perto de alguém que não se mostra, e canso de tentar descobrir os códigos (o português já é tão difícil às vezes!).
Mas tem uma timidez que às vezes presencio e que mais raramente sinto, e da qual gosto muito. E na verdade adorei nas poucas vezes em que aconteceu comigo: a timidez de não saber se portar na frente de uma pessoa específica, ou de uma situação específica com uma pessoa.
Que coisa boa esse desconcerto!
Lembro de um convite, de um jantar, e de uns olhos verdes que mal abriam e mal conseguiam me encarar. Lembro de uma pele branca, que mostrava as veias, que de repente ficou vermelho-sangue. "I'm sorry I'm blushing" , ele disse. E lembro de ter sentido o rosto esquentar também. E lembro de ter ouvido pela primeira vez que pessoas morenas também ficam coradas. Lembro também de uma falta de ar e da delícia de se descobrir descoberta!
Mas lembranças tenho muitas. Lembro de um medo absurdo de não bastar, de não ser o suficiente, e de uma fisgada na boca do estômago que eu só sentia quando era adolescente. Lembro de uma insegurança que eu nem sabia mais existir, de um total desamparo que só parecia poder cessar com a firmeza da mão que segurava a minha. Lembro de andar como o Robocop olhando sempre pra frente e contando as lajotas no chão, pra ter com o que ocupar a mente.
Não, não existe nada mais lindo do que a timidez de se descobrir de alma nua na frente de alguém.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Se a vida lhe der uma limão...

Pois é, todo mundo sabe a história do limão e da limonada, pelo menos na teoria. Na prática, a teoria é difííícil de ser aplicada, com em quase tudo. Mas eu gosto de desafios. E por isso peguei meu pé de limão carregado (sim, eu sou intensa e exagerada e um limão só é pouco), duas garrafas de cachaça Lira, um montão de açúcar e gelo e balancei numa coqueteleira. E sacudi ao som de blues, de samba, de jazz, de Beatles. E quando terminou eu tinha a maior e mais gostosa caipirinha, que eu dividi com meus amigos. E a cada gole nós brindamos a felicidade de estarmos juntos. E no dia seguinte, pra curar a ressaca, eu juntei o sal de umas lágrimas que eu andei chorando, e com ele fiz uma aspirina efervescente. E minha dor de cabeça passou. Eu sou o McGiver, não sou?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Que eu desorganizando posso me organizar"

Uma das coisas que eu mais gosto no mundo é de organizar. Pelo menos uma vez por semana organizo e re-organizo meu guarda-roupa. (Não à toa minha primeira e mais marcante providência rumo a uma nova identidade foi tomar conta de todo o guarda-roupa, do jeito que eu queria, ocupando cada espaço comigo mesma). Gosto de separar as roupas por cores, os sapatos por tipo, as calcinhas e soutiens por proposta de uso, as bolsas por tamanho.
Com meus livros sou ainda mais cri-cri. Teorias da Comunicação e do Jornalismo em uma prateleira; telejornalismo em outra, ao lado dos de cibercultura e webjornalismo; Análise do Discurso na prateleira de baixo (pouco usados) , línguas e dicionários numa prateleira sempre à mão. Os livros de antropologia e teoria feminista estão começando a surgir agora e já ganharam uma prateleira só pra eles. Os livros que estão sendo usados no semestre ficam na prateleira pertinho da escrivaninha.Os livros para o lazer ficam em outra estante, no quarto, e quase não tem sido tocados.
Organizar, separar, etiquetar, categorizar me poupam um tempo enorme no dia-a-dia, e me dão uma segurança que eu preciso pra estudar, pra trabalhar, pra produzir.
Mas o melhor de tudo é que antes de organizar sempre preciso desorganizar tudo, tirar tudo das prateleiras, deixar entrar ar pelo micro escritório, ventilar, arejar o guarda-roupa. Quando tiro tudo, descubro coisas das quais não preciso mais: trabalhos antigos de alunos que já estão formados, roupas que não uso mais, sapatos dos quais já cansei, xérox de textos que já não servem, bolsas que eu não preciso mais... E assim um monte de coisa vai pro lixo, vai pra doação, desocupa, desopila,. abre espaço pra coisas novas.
Aqui dentro tento fazer o mesmo: desorganizo, jogo tudo pra cima, espero pra ver o que cai e quebra, o que kicka e onde vai. E estou, aos pouquinhos, devagarzinho, deixando entrar ar em mim.

LATITUDE URGENTE

É preciso mexer no mecanismo dos ventos,
incendiar o medo,
colocar um rock-frevo no toca-discos.
Compor atmosfera nova,
sabotar o tempo,
parir temperatura leve, aquecida.
Diminuir a pressão em todas as altitudes,
diminuir a pressão de todas as atitudes.
Mas, sobretudo é preciso
soltar a fera de um novo amor.


Mário Pirata

domingo, 18 de abril de 2010

OUT

Não, meu coração não é maior que o mundo
É muito menor
Nele não cabem nem as minhas dores
Por isso gosto tanto de me contar
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
(Drummond)

Eu preciso me gritar, preciso falar, preciso escrever, preciso expressar. Porque aqui dentro tá ficando apertado, e essa dor no estômago que eu sinto deve ser mesmo de tanta coisa que quer sair e eu não consigo dar vazão. Preciso me vomitar, me arrotar, me parir.
Preciso me contar, me dizer, me falar, esclarecer, clarissasser, ser-clarissa e deixar ser.
Preciso desesperadamente verbalizar, me mostrar, com palavras, com gestos, com aquelas músicas que eu canto bem alto enquanto dirijo e que tento pronunciar cada sílaba de cada palavra pra ver se assim eu consigo fazer com que tudo isso saia.
Porque tem uma população de sentimentos aqui, enlouquecendo dentro de mim, se reproduzindo, aumentando, brigando entre si. E haja Campari matador para diluí-los, e haja Carlton para evaporá-los, e haja dança para exorcizá-los, e haja ouvidos amigos para escutá-los.
Porque eu quero gritar muito e alto e sempre que eu continuo acreditando em um monte de coisa. E porque ontem eu cantei o mais alto que pude, tanto que estou sem voz, "all u need is love/love is all u need", porque eu tenho uma fé tão grande no amor que ainda tem quem tire onda de mim e me chame de menininnha romântica. (E eu sou mesmo, e daí, qual o problema? Mas também sei dizer palavrão cabeludo se precisar.)
E eu lembrei que houve uma época em que eu não gostava de Beatles, mas que tudo mudou, não porque os meninos de Liverpool mudaram, mas porque eu mudei - e daí eu cantei bem alto, o mais alto que pude "strawberry fields forever" que era pra eu lembrar que nem só strawberry fields são para sempre. E pra eu lembrar sempre e muito e toda hora e sentir em cada célula que eu acredito em para sempre, por mais "para sempres" que virem "para nunca" na minha vida.
E porque a cada passo da dança eu sei que eu estou mais perto um pouco de tirar tudo isso de dentro de mim, e que o que eu vou encontrar no final vai ser eu mesma, de novo, igualzinha, inteira, depurada, em minha essência.

Estatuto da Mulher de Ressaca

Toda mulher ressacada tem o direito a:

1. Abraço de urso ao acordar
2. Pasta de dente exterminadora de gosto-de-cabo-de-guarda-chuva
3. Banho de banheira
4. Café-da-manhã composto por dois litros de coca-cola, um pote gigante de Hagen Dazz de Creme Brulé, duas barras de chocolate Meiji or Hershey's
5. Caixas e caixas de Neosaldina
6. Cafuné
7. Telefonema de um amigo dizendo que foi tudo, tudo bem, que ela não fez strip-tease nem bateu em ninguém
8. Se for dia de sol, piscina
9. Se for dia de chuva, edredon
10. Almoço na cama. Cardápio: lasanha
11. E pra fechar, dormir de conchinha o resto do dia

As ressacas seriam mais fáceis assim, não? Eu mesma beberia todo dia.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

BUUMMMM!

Pronto, a explosão que há tempos eu sabia que se aproximava aconteceu! Depois de meses abafando a bomba com sorrisos, com música, com dança, com o calor dos meus amigos, com o frio do Japão, com uma alegria que às vezes é o inverso oposto de mim, com o sorriso fácil, com o humor negro, com o rir de mim, com a vida corrida, com as provas e os trabalhos, com o Hagen Dasz de Creme Burle, com o mau humor... com tantas outras coisitas que coloquei em cima do meu coração bomba, agora ele explodiu.
Bum! Hoje chorei e gritei e xinguei puta-que-pariu-caralho-vai-tomar-no-cu mil-vezes! O estopim? Bati o carro na porta da escola dos meninos. Batida leve, não sei de quem foi a culpa, me propus a pagar o arranhão do outro carro pra encerrar a conversa. Mas a senhorinha (com idade de ser minha avó) que dirigia o outro carro achou por bem me insultar. E eu tenho aguentado alguns sérios insultos de quem me conhece, de quem mal me conhece, de quem eu amo e de quem eu odeio, em formas de palavras e atitutes. Mas ser insultada depois de se comprometer a pagar por algo que não fez é um pouco demais.
Entrei no carro e vinha pra casa, segurando o choro, controlando a raiva, porque é assim que tem que ser, porque é assim que gente civilizada deve agir. Meu pai (sempre ele) me liga de outra cidade pra falar qualquer coisa. E eu desabo a chorar. E quando consigo explicá-lo o que aconteceu ele começa a rir, e dizer que vai ficar tudo bem e que não entende porque eu choro por uma besteira dessas. "Filhota, você não chora por coisa maior e agora vai chorar por causa de uma velha ranzinza e mal educada? Por causa de um carro? Por causa de uma barbeiragem?"
Não, pai, eu choro porque eu queria que não fosse eu a resolver, a lidar com a vida, a levar tudo, a discutir com a velha, a ter um carro que bate e que precisa ser consertado. Eu queria que hoje eu estivesse chorando porque a Veiridiana da 5 série C roubou meu estojo com canetinhas perfumadas e o senhor foi lá na esocla e falou com a coordenadora, e ela teve que devolver, e ela nunca mais me chamou de Olívia Palito, e nunca mais roubou nada meu. É por isso que eu choro. Porque as Veridianas da minha vida adulta são uns monstros e por mais que o senhor já tenha mandado o Batata vir levar meu carro, por mais que o senhor diga que vai falar com a senhorinha mal-educada, por mais que eu vá ficar com seu carro enquanto o meu conserta, eu queria mesmo era que o senhor falasse com a coordenadora do mundo, da minha vida, com Deus, sei lá com quem, e dissesse que eu não posso ser uma aluna assim tão ruim pra que tudo isso esteja agora caindo na minha cabeça.
Pornto, disse! E quem quiser me chamar de menina mimada, pode chamar, eu deixo. Vai ser só mais um insulto! E puta que pariu caralho vai tomar no cu pra você também! Porque hoje eu vou chorar até amanhã!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Uns dias

Um dia, bem
Um dia, nem
Um dia, vem!
Um dia, quem?
Um dia, sem
Um dia, tem
Um dia, hein?
Um dia, amém
Um dia, quem sabe,
zen.

(pensando em Alice Ruiz)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Copo meio cheio

Enquanto ela caminhava pensava em como era boa a estrada: previsível, como ela sempre gostou. E embora não conseguisse ver aonde lhe levava, sabia exatamente o que lhe esperava no final: as coisas que sempre estiveram nos seus planos, o lugar onde sentaria, a mesa farta, a alegria. Pulou uma ou duas poças, chegou a cair algumas vezes, mas afinal sabia o que lhe esperava. Cansou algumas vezes, deu dois ou três passos pra trás por falta de opção. Mas seguiu. E sabe-se lá da onde ou por obra de quem, um imenso meteoro se espatifou bem na sua frente e os estilhaços feriram seus braços, seu rosto e suas mãos. Ela limpou as feridas, deu meia volta e continuou a andar. Mas não sabia exatamente pra que direção. Mas sabia que ia chegar no mesmíssimo lugar, mesmo sem planejar: a cadeira confortável, a mesa farta, a alegria. Sentia calafrios com o imprevisto, mas ainda assim sabia que chegaria. E, pela primeira vez sem um mapa, sentiu que estava no caminho certo.

sábado, 10 de abril de 2010

Minha cabeça de noite batendo panelas...

Provavelmente meu Chico (o Buarque, claro) não pensava na minha insônia de estimação quando compôs "Pelas tabelas", mas como só ele sabe fazer, descreveu exatamente minha dificuldade tremenda de dormir: a sensação é sempre a de que tenho panelas batendo, pensamentos brigando, listas e listas se formando aqui dentro (das coisas que tenho a fazer, das que eu esqueci, das que deixei passar, das que eu adoraria fazer, das que não nunca mais quero nem ouvir falar, thank you very much!)
O barulho de tanta coisa junta se esbarrando dentro de mim é infernal, como uma bateria de escola de samba fora de tempo, como vários bebês batendo panela no chão da cozinha com a colher do arroz. Durma com um barulho desses!

domingo, 4 de abril de 2010

Pra que servem os amigos?

Pra estarem por perto quando a gente precisa ou mesmo quando não. Amor de amigo está ligado a um querer e nem sempre a um precisar. Por isso é um amor assim tão bonito.

Amigos servem pra nos receber de braços abertos e quentes no frio japonês, quando a gente nem sabe bem mais com que olhos chorar e não encontra cobertor suficiente pra nos aquecer. Servem pra que a gente viaje por três horas só pra afogar as mágoas numa garrafa de vinho. Servem pra ver o sol nascer, dividindo a surpresa e a decepção. Amigos servem pra que a gente possa ouvir deles que não, eu não estou louca em sentir esse amargo de ódio. Que não, eu não sou impulsiva e irresponsável e que sim, eu mereço tão mais... Servem pra nos fazer acreditar que tudo será bem melhor, no momento em que a gente só vê escuridão.

Mas não só pra isso servem os amigos. Eles servem pra que você tenha um referencial claro de você mesma, de quem você é, quando o mundo parece ter mudado de eixo e você acha que já não sabe mais nada. Pra isso servem os amigos de infância, que sabem de você desde as voltas de bibicleta pelo "picho", desde a primeira paixão platônica. Pra eles você não precisa se explicar, se detalhar, esmiuçar - eles já sabem bem. E é um alívio não ter que se repetir.
E tem aqueles amigos que te levantam a bola: te pegam pela mão quando você nem pensa em sair da cama, exigem que você fique linda e te acompanham na balada. Eles te ajudam a sair da posição de peixe fora d'água. E sempre tem o telefonema no dia seguinte, a fofoca sobre a noite, a parceria no crime, e a deliciosa complacência: "Que é isso? Você tava ótima! Desencana!" Que maravilha são esses amigos!
E tem também os amigos que a gente mal vê. A distância geográfica, a agenda apertada acabam por nos apartar. Mas quando a gente se encontra parece que foi ontem mesmo que a gente deu boas gargalhadas e chorou uns baldes de lágrimas. E haja conversa pra se atualizar. E haja promessa de nunca mais se afastar.
E tem aqueles que a gente nem conta como amigos. Parece que nunca ouve aproximação verdadeira, até que um dia a vida te dá aquela rasteira. E de repente, sem que você espere, você ouve as melhores palavras que poderia, recebe o abraço mais caloroso, e descobre em alguém que você pouco conhecia um amigo disposto a te fazer um bem que você nem sabe se merecia.
Tem também as amigas do dia-a-dia, com quem você divide pequenas besteiras e crises medonhas, reclamações, alegrias, chateações e as vitórias dos filhos. Com elas você senta no Hashi e brinca de clube da Luluzinha, fala da vida, xinga os homens, faz planos malignos. E depois vai dormir, satisfeita com a catarse, com o poder dividir.
Minha mãe sempre disse, e eu acredito: "mais vale um amigo na praça". E eu sou muito, muito abençoada por ter tantos e bons amigos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Receita para uma noite de quinta-feira feliz

Amiga de longas datas que está de volta à terra, comidinha do Tambo Mambo, vários copos de Coca-Cola com gelo e limão, conversa colocada em dia, certeza de que estaremos todas bem, amanhã ou depois ou qualquer dia desses.
E tem quem diga que o melhor de Teresina é que todo mundo se conhece. É nada! O melhor é sempre re-encontrar quem a gente conhece e reconhecê-los do mesmo jeitim.
Brigadinha pela noite, Samantha. Precisamos repetir.