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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Meu inferno astral não terminava ontem?

Eu queria escrever um post alegre, ou pelo menos leve. Tem tanta coisa boa acontecendo na minha vida esses dias, mas tem também uma ansiedade à qual eu vinha me recusando a dar nome. E a verdade é mesmo que eu não ando nada, nada leve. De uns meses pra cá eu vinha dormindo bem, sono pesado, sonhos bons. Sono daqueles que quando a gente acorda se estica toda e sente aquela cãimbra gostosa na batata da perna, e acorda renovada pela fisgada. (Sim, eu adoro cãimbra, até porque eu criei a teoria de que as preocupações vão pra batata da perna e são dispersadas na dor). Mas nos útimos dias, nenhuma fisgadinha na batata da perna, nenhuma noite de sono reparadora. Semana passada tive um pesadelo, do qual não lembrei de manhã. O namorado me contou que a noite eu chorava que nem bebê, que acordei assustada, disse duas palavras emboladas e dormi de novo. De manhã eu lembrava da sensação de impotência e desespero, de um não poder resolver, de um não ser suficiente que me exasperava, mas segui a vida sem lembrar de nada. Nem precisa ser Carl Jung pra saber que eu tô engolindo algum sapo e nem quero assumir que o cururu tá entalado. Hoje, ao receber uma correspondência, lembrei do sonho, enxerguei a aflição, dei nome aos bois.  Eo pior: descobri que eu sou muito mais covarde do que eu me desenhei. A verdade é que eu queria mesmo uma varinha mágica pra resolver as coisas que eu não tenho peito pra encarar. E isso me coloca no lugar que eu tanto critico e do qual eu semprei jurei fugir: o de covarde.