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Raio-x

Sou mãe do Pedro, do José e do Antonio - luizes no plural. Sou jornalista. Sou professora universitária. Sou Mestra em Antropologia, ainda tentando me encontrar. Sou doutoranda em Comunicação. Sou muito filha do meu pai e da minha mãe. Sou das palavras sempre - das escritas de preferência. Já quis ser manicure, detetive, backing vocal, presidente do mundo e chacrete. Continuo querendo ser escritora. Gosto de línguas e tenho até certa facilidade para aprendê-las. Além do português, falo inglês e espanhol. Arranho um pouco de japonês, mas queria mesmo era aprender italiano.
Sou gaúcha no R.G. e piauiense de corpo, alma e coração. Mas minha cabeça é do mundo todo. Já morei em Brasília e na Califórnia. Já me encostei pelo Japão duas vezes e por São Paulo, uma. Atualmente, lar é um apartamento no bairro do Flamengo, na cidade maravilhosa. O melhor lugar do mundo? O aeroporto de Teresina que é pra eu poder voltar pra casa.
Venho de uma família enorme e estou construindo o meu pequeno grande núcleo assim também. Gosto de casa cheia, de mesa lotada, de barulho de gente, de confusão de primalhada. Gosto de Natal e ceia em família. Gosto de botar presente embaixo da cama e de contar que vi o Papai Noel.
Gosto de andar em bando, de me sentir aninhada. Tenho amigos anjos e amigos demônios. E tenho amigos que são as duas coisas e que me acompanham na montanha russa do céu ao inferno. E esses são os melhores amigos do mundo. E são meus.
Não tenho medo de quase nada. Barata, rato, bicho-papão. Mas sinto arrepios ao ver um girassol.
Meu pecado capital é a inveja. E não acredito em inveja boa, não. Tenho inveja de quem tem fé, de quem tem paciência, de quem não perde a calma, de quem sabe dançar, de quem dorme bem, de quem acorda de bom humor, e de quem escreve bem (inveja suprema).
Como todo mundo, tenho dias bons e ruins, mas sempre, sempre elétricos. Faço muito mais coisas em um dia do que as 24 horas fariam supôr ser possível. Nem sempre dá certo, nem sempre consigo. E isso me causa uma angústia desgraçada. Mas é ela mesma que me impulsiona para as próximas 24 horas. Sim, sou movida a angústia e ansiedade.
Fui diagnósticada TDAH já adulta. É só um rótulo, eu sei. Mas me deu um alívio danado entender que essa urgência de viver tinha um nome e uma causa. Já tentei ser diferente: mordaça química mesmo. Mas pra mim não funcionou: gosto mesmo é da minha respiração ofegante, da minha sensação eterna de que o mundo tá acabando, do meu descompasso em relação ao ritmo dos outros.
Trabalho feito um burro de carga - porque preciso e porque gosto. Se ganhasse na loto hoje, ia viver de estudar e de me estressar com prazos. E ia acabar trabalhando também, por vício ou por amor.
Já amei horrores e também já fui amada. Como todo mundo, já sofri e já pensei que nunca mais ia parar de sentir, pra logo em seguida pensar que nunca mais ia ser capaz de sentir de novo. De tudo aprendi o óbvio: que tudo passa. E aprendi mais: que o caminho do amor é sempre o mesmo - encantamento, borboletas no estômago, paixão, conforto - mas que o caminho do desamor é sempre novo. Desamar é sempre uma incógnita.
Tenho o sol em Leão e o ascendente em Capricórnio. Não sei bem o que isso significa, mas, pra quem sabe, tá aí a dica. Meu signo chinês é serpente. Meu tipo sanguíneo é A+. Calço 36. Visto 36 também. Peso menos que um bode e por isso nem posso doar sangue. Tenho 1,60cm e 1/2 (jamais esqueça o meio!). Tenho nariz arrebitado de gente desaforada, e sou mesmo. Sou mais da noite que do dia. Gosto mais de gatos que de cachorros. Mais que tudo gosto de gente. Sou manhosa, cabeça-dura e só choro por besteira . Viajo do céu ao inferno em segundos. Intensidade é meu sobrenome.

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