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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Avental todo sujo de ovo

Fato: o mundo à minha volta está grávido. Prima grávida, amiga grávida, colegas de profissão grávidas. Pra onde eu me viro, respiro maternidade. O dia inteiro me divido entre meus meninos (de férias e cheios de energia) e a tela do computador com esse cursor que pisca insistente pedindo que eu escreva sobre... maternidade. Sim, o mundo anda exalando maternidade perto de mim. Não, eu não estou grávida e nem vou ficar. A única coisa que eu pretendo parir nos próximos meses é um dissertação, o que tem me rendido contrações dolorosas, sem anestesia, com a possibilidade real de uso de fórceps.
Outro dia minha amiga linda que carrega Pilar no bucho (sim, é uma menina, só porque eu quero que seja!) me falava aquele texto típico da grávida de primeira viagem: "será que eu vou saber o que fazer?" Eu fiz o que todas nós fazemos: disse que sim, que a gente aprende, que o filho ensina, que a mãe atrapalha, que a gente erra mesmo, e que massa que a gente erra! Mas na horinha mesma em que dizia isso, eu já sabia que estava mentindo.  A verdade, Bee, é que a gente nunca sabe. Quando a gente aprender a dar banho, eles param de curtir a água; quando a gente aprende a defendê-los das quedas durante os primeiros passinhos, eles aprendem a correr... E por aí vai. É que esse negócio de ser mãe se tornou tão complicado... E não é só porque a gente ama demais e amor demais faz um mal desgraçado. É principalmente porque as crianças foram seccionadas em tantos pedaços a serem analisados, detalhados, cuidados que - sei lá - acho que as mães não sabem mais de nada mesmo. Aí você tem que ouvir o que diz o pediatra, a psicanalista, a professora, a psicopedagoga, a sua mãe (que logicamente vai se intrometer), o padeiro, o amigo, a vizinha, enfim, os especialistas por formação e os especialistas por pura intromissão. E dá uma vontade danada de apelar pr'aquele tal de instinto materno - que, sim, eu SEI que não existe - e dizer: "é assim porque eu sinto assim". Mas não, crianças são agora projetos, produtos a serem elaborados pro futuro e você não pode basear sua linha de produção em sentimentos, feeling, sexto sentindo, não é mesmo? Dá vontade de voltar ao dia em que eu estava numa indecisão danada em relação a um dos meninos e minha mãe disse simplesmente: "o que o seu coração tá dizendo?" E meu coração disse certo. Agora eu só queria que meu coração falasse. E eu nem ia chamar isso de instinto.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sem açucar e com afeto

Se você vive em Teresina, já deve ter ouvido falar da campanha Assina Elmano, capetaneada pela minha amiga Jeane Melo. A causa é nobre, a solução é simples: basta uma assinatura do nosso prefeito Elmano Ferrer. O que Jeane e outros pais de diábéticos e diabéticos pedem é que o prefeito sancione a Lei Enzo, que foi aprovada na Câmara Municipal e que agora só precisa dessa bendita (e custosa) assinatura. Com essa lei aprovada, os diabéticos de Teresina passam a ter garantido um kit de aplicação de insulina que facilitaria, e muito, a vida deles.
Todo mundo falando da Lei Enzo, do Assina Elmano, e eu queria mesmo era falar da Jeane Melo, essa jornalista/publicitária/mãe-guerreira/praticante de boxe/designer de bolsas/alto-astral que conheci meio por acaso há uns anos atrás.
Eu estava na Wizard um dia quando um buchudinha entrou pra falar com uma colega de trabalho. Jeane trazia Enzo na barriga e uma sacola de bolsas Sinhazinha pra vender, que logo viraram paixão pra mim - ela e as bolsas.
Tempos depois me deparo com uma mensagem linda, em meia página de jornal, agradecendo aos médicos pela recuperação do Enzo. Foi assim que fiquei sabendo de seu diabetes, que tinha acabo de ser diagnosticado, depois de uma crise braba. Mais que qualquer coisa,  me chamou a atenção a maneira como aquela mãe decidiu agradecer aos anjos (como ela chamou) que salvaram seu filho: Jeane usou sua melhor arma - a palavra. Redatora publicitária de talento, escreveu uma mensagem pros médicos-anjos e publicou na edição de domingo de um jornal. Lembro que liguei pra ela logo em seguida pra saber como estava o Enzo, e ela novamente me surpreendeu com um otimismo que eu (ainda) não sabia ser possível diante de um filho doente.
Tempos depois fui eu a levar um susto e tanto com meu Antonio. E Jeane - talvez até sem saber - me ajudou, com seu exemplo, a colocar os pés no chão e entender que era preciso bom humor e coragem pra defender nossas crias.
Vejo agora Jeane novamente utilizando suas armas do bem pra aprovar a lei que foi apelidada com o nome do seu filho: twitts diários, mobilização de diabéticos e não-diabéticos na caminhada Assina Elmano, entrevistas, matérias...
E pra quem fala em impacto financeiro ou seja lá o que mais a equipe de gestores municipais esteja alegando, eu digo que o movimento liderado pela Jeane é uma das coisas mais lindas que já vi na minha cidade. Ao invés de se unirem pra seguir o trio na Micarina, jovens, crianças, idosos, diabéticos e não-diabéticos, Enzos, Josés, Carlas e Marias praticam a democracia de forma doce, pacífica e bem-humorada. Então, Elmano, vai assinar?

P.S.; Tentei vááárias vezes carregar o vídeo com jingle da campanha. Infelizmente ha um problema entre a cadeir e o computador e eu não consegui. ;)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sem palavras

É raro, mas às vezes fico sem palavras. Obrigada, meninos e meninas. Esse tipo de reconhecimento compensa qualquer dificuldade da profissão.

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