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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

ANGUSTIAZINHA BESTA...

Algumas pessoas dizem que sou perfeccionista. Não sei se esse é o termo, mas odeio quando sei que podia fazer uma coisa bem feita e não faço. Algumas pessoas dizem que sou obsessiva em relação às coisas que faço. Também não sei se é bem verdade, mas não consigo parar de pensar quando não cumpro algo da maneira como deveria. Hoje não fui feliz na realização de uma tarefa que eu queria muito que fosse legal. E desde então não consigo parar de pensar nisso. Já disse pra mim mesma mil vezes: “desencana, menina”. Já experimentei xingar o catártico PUTAQUEPARIU (assim mesmo, todo junto e bem alto) várias vezes, mas não adiantou. Já tentei também trabalhar. Escrevi laudas e laudas, dei quinhentos telefonemas, visitei 2.743 sites, mas não adiantou nada, porque meu pensamento consegue correr solto ao mesmo tempo em que outra parte do meu cérebro trabalha automaticamente, no ritmo dos meus dedos no teclado. Vou ali entoar um mantra e depois volto pra dizer se deu certo!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ode às segundas-feiras

Tudo bem que a segunda-feira é o dia internacional do mau humor. Tudo bem que todo mundo funciona num ritmo mais lento no primeiro dia (in)útil da semana. Tudo bem que muita gente ainda tá de ressaca e por isso ninguém produz como deveria. Mas seria normal se sentir tããããão cansada na segunda? Tô um caquinho de Cacá, com o perdão do péssimo trocadilho.

Pedro está em semana de provas bimestrais, Zé Luiz se recuperando de uma catapora, Antonio exige atenção constante. Quem pariu Mateus que o embale, e que o ensine tarefa, mande estudar, separe as brigas, dê banho de permanganato, coloque a pomadinha nas bolhas, tudo isso ao som da guitarra estridente do pré-adolescente que insiste em tocar Starway to Heaven. E ainda ache tempo pra amar o pai de tantos Mateus!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

E QUEM FALOU QUE SERIA FÁCIL?

Preciso preparar dois trabalhos da especialização que não gosto e faço porque sou obrigada. Preciso dar atenção, carinho, e amor incondicional a três crianças. Preciso dar atenção, carinho, amor nem tão incondicional e outras cositas mais a um marmanjo barbado que adotei como marido (e que eu amo cada dia mais). Preciso preparar dois pré-projetos de mestrado, (sim são dois!, porque desmantelo pouco é bobagem e se fosse só um não seria eu, não é mesmo?) Preciso organizar meus papéis: contas pagas estão misturadas com contas não pagas e cardápios de delivery, numa completa promiscuidade burocrática. Preciso corrigir uma montanha de provas. Preciso preparar umas duas semanas de aula. Preciso dormir durante oito horas seguidas pelo menos uma noite da minha vida. Preciso descobrir onde se compra paciência injetável. Preciso estar linda, leve e solta amanhã no casamento da minha amiga de infância. Falando no casamento, preciso comprar brincos, anéis e pulseiras pra ocasião. Preciso sentar com o webdesigner pra botar a revista eletrônica pra frente. Preciso estudar. Muito. Preciso parar de fumar. Preciso começar a correr, menos no sentido figurado e mais no sentido literal mesmo. Preciso aprender a dizer não: “Não posso assumir essa responsabilidade. Não posso fazer isso. Não posso te ajudar hoje, nem amanhã, nem nunca. Não posso cumprir um prazo tão pequeno. Não posso parar de respirar.”
E as pessoas costumam me perguntar como faço tanto coisa ao mesmo tempo. Não sei. Ao longo dos anos desenvolvi uma técnica, mas acho que ela não é 100% confiável. Se servir pra você, bem. Se não, paciência. Às vezes não serve nem pra mim. A técnica na verdade não foi sequer inventada por mim. Qualquer alpinista sabe que só deve olhar para o palmo à sua frente, e não pensar nos milhões de metros que ainda tem que subir. Pois essa é a “minha” técnica. Pensar só na próxima tarefa e esquecer a seguinte. Só quando termino a tarefa 2, passo a pensar na 3. O único problema do meu método é que preciso saber numerar as tarefas por ordem de importância. E essa técnica ainda não inventaram. Ou pelo menos não me ensinaram. O alpinista só tem que subir, e pronto. Eu tenho que subir, assobiar, chupar cana, tocar trombone e recitar a “Canção de Tamoio”, enquanto coço o pé e lambo o cotovelo. Alguém tem uma técnica pra me ensinar?