Dez unhas roídas. Vários cigarros fumados. Algumas barras de Diamante Negro. Uma caixa de Ferrero Rocher. Litros e litros de coca-cola. Baldes de café, porque ele não costuma faiá. O namorado semi abandonado (você vai pro céu, querido, enquanto eu, calçando tênis apertado, acompanho o trio elétrico tocando forró universitário, no inferno). A penteadeira que virou escrivaninha. O quarto que virou escritório. As férias que viraram trabalho sem fim. E eu que não consegui virar nada, porque continuo ao que parece no mesmo lugarzinho infeliz. Impaciência. Incompetência. Da tela do computador pro mural, meus olhos lêem e relêem a mesma frase: "o desespero é pior nessa situação que já não está boa". (Sim, eu gosto de colocar no mural o que quer que me inspire, nem que me cutuque e doa.) Todas as redes sociais abertas ao mesmo tempo enquanto tento escrever. Toda as tentativas do mundo de sentir pessoas amigas perto de mim. Um parágrafo e lá vou eu falar com a amiga no gtalk. Mais outro parágrafo e eu abro o MSN. "Respira no saco!", diz a amiga no facebook. E eu queria era asfixiar alguém com um saco. "Grita ÉÉÉÉÉGUA!", diz a outra. E eu? Eu só quero gritar égua, puta que pariu, caralho de asa, que porra é essa, quanto incompetência a minha, eu mereço mesmo me dar muito muito mal, por que pra todo mundo é mais fácil que pra mim, ai, que vontade de ser uma vítima da vida, do mundo, etc etc e tal.
Agora deixa de ser babaca, fecha o blogger, abre a janelinha da dissertação, concentra, escreve, envia. E aprende um mantra, faz yoga, fica zen, porque fogo amigo é que dói gostoso.
Um comentário:
"você vai pro céu, querido, enquanto eu, calçando tênis apertado, acompanho o trio elétrico tocando forró universitário, no inferno)."
kkkkkkkkk, me acabei de rir! Amei seu blog e seu humor inteligente ;)
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