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segunda-feira, 26 de março de 2012

A confiança no próprio taco (ou a certeza de ser muito amado)

Zé Luiz (7) e Antonio (5)  foram passar a tarde na casa de um colega. Lá, o pai dos meninos permitiu que eles jogassem um jogo de Play Station que é proibido pra eles aqui em casa.
Zé: "Mas, mãe, tu disse que na casa das pessoas eu tenho que obedecer as regras delas. Então... O pai do Leozinho que botou GTA pra gente jogar. Eu não podia desobedecer..."
Antonio vai só repetindo e concordando com o irmão.
O caminho pra casa é longo e antes mesmo de chegar na nossa rua, eles já tinham me convencido de que podem jogar o jogo aqui, sim, desde que mude umas configurações tais pra que não seja tão violento. Mas daí eles perceberam um segundo problema: o jogo é do Pedro. E se ele não topar emprestar?
Zé Luiz, sempre mais dramático, sai com essa:
- Ah, não! A gente convenceu a mamãe e mesmo assim não vai poder jogar. O Pedro NUNCA vai deixar...
Tonton, cheio de confiança no próprio taco, me sai com essa, com sua voz rouca e seu sotaque portenho:
- Calma, Zé. Fica tranquilo que eu já sei o que fazer. EU vou pedir pro Pedro. Ele me adora porque eu sou o mais pequeno. Ele faz tudo o que eu quero. Pode deixar comigo...