Páginas

domingo, 4 de agosto de 2013

Mas nada verdade nada esconde essa minha timidez

Cansei. Prontofalei. Cansei da obrigação eterna de ser aquela que fala (não que eu não goste de falar), que diz pra onde ir (não que eu não goste de mandar), que sabe as respostas (não que eu não goste de bancar a fodona). Hoje quero gritar o manifesto do/a falso/a tímido/a. Sim, se existe falsa magra, falso bom moço, falso brilhante, porque não pode existir o falso tímido?
Eu, Clarissa Sousa de Carvalho, brasileira, divorciada, jornalista, professora, residente e domiciliada no Rio de Janeiro (mas com o coração e os dois pés bem fincados em Teresina-Piauí), venho através deste declarar que sou tímida. Falsa tímida, pero tímida. E não me venham cobrar atitudes porque não as terei. E não me venham cobrar eloquência, porque tem hora que meu coração vai pra garganta e trava minha voz. E não me venham, principalmente, esperar coerência, porque entre o querer e o fazer, entre o desejar e o dizer, há léguas de timidez a me emudecer. 
Pelo direito de que cada pessoa extrovertida possa exercer livremente sua timidez, nesse país que se diz democrático!
Todo homem e toda mulher tem direito à liberdade, à busca da felicidade e ao exercício (mesmo que eventual) da timidez.
E tenho dito! Ora mais! Rum!

Nenhum comentário: