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sábado, 2 de maio de 2009

Livros que marcaram minha infância

Conforme sugestão da Lolinha em seu blog, resolvi falar dos livros que marcaram minha infância. A idéia da Lolinha era que seus leitores deixassem essas informações nos comentários, mas como esse espaço aqui anda às moscas, resolvi transformar a idéia em post.


Um dos primeiros livros que tenho lembrança é "O menino maluquinho", do Ziraldo. Ainda tenho em casa a edição antiga, com meu nome escrito com uma letrinha de criança recém-alfabetizada. Eu adorava a liberdade do Menino Maluquinho, que parecia não receber nenhum tipo de sanção por parte dos adultos. Ao que parece, eles entendiam que as crianças felizes eram assim.


Outro livro que marcou minha infância foi "A curiosidade premiada", de Fernanda Lopes de Almeida e Alcy Linares. Minha tia Rita morava numa casa perto da casa da minha avó Lourdes, onde eu passava grande parte do tempo quando era criança. E volta e meia eu ia pra casa da tia Rita e fica lendo e relendo aquele livro, encantada com o fato de que ser "perguntadeira" podia ser uma coisa boa e não mera chatice. Em um aniversário meu, tia Rita me deu esse livro de presente e ele é, até hoje, um dos meus bens mais preciosos.


Também foi tia Rita quem me deu dois livros que me marcaram muito quando eu era criança: "A centopéia e seus sapatinhos" e "Ah! Cambaxira, se eu pudesse...". Na verdade, o que esses livros têm de especial pra mim é que eles me acompanharam em um período em que eu estava doente, com um furúnculo no joelho que não me deixava andar e doía pra dedéu. Não sei quanto tempo isso durou, mas pra percepção de tempo de uma criança, foram séculos. Lembro que a tia Rita chegou pra me visitar com os livros embaixo do braço e eu passei dias lendo e relendo as histórias.


Eu também adorava um livro da coleção Gato e Rato chamado Tuca, Vovó e Guto. Acho que devia ser porque sempre adorei histórias com vovós.


Falando em vovó, na casa da minha tinha um exemplar do livro "Chapeuzinho Amarelo", do Chico Buarque (ele mesmo!). O livro era da tia Vera, minha madrinha, e ela gostava de ler pra mim. Quando eu finalmente aprendi a ler, ela me deu de presente. Esse tá na minha estante até hoje, bem velhinho, e meus filhos adoram. Anos depois fiquei sabendo que foi lançada uma nova edição, com ilustrações do Ziraldo. Pensei em comprá-lo mas pra mim a mudança de ilustração (com todo respeito e admiração ao Ziraldo) me pareceu uma intervenção no que já era perfeito.


Minha paixão por literatura infantil não se restringiu à infância. Até hoje curto livros para crianças - e compro não só pelos meus filhos, mas porque gosto mesmo. Já adolescente conheci o livro "Alexander and the terrible, horrible, no good, very bad day", de Judith Viorst. Não consegui descobrir nenhuma versão do livro em português, infelizmente.

Também já adolescente descobri um autor que me fascinou: Shel Silverstein. Primeiro li seu clássico "The giving tree", que tem versão em português (A árvore generosa). Essa obra é, em tese, um livro infantil, mas na verdade tem uma mensagem bastante adulta. Depois descobri outros títulos dele como "The missing piece" e "Where the sidewalk ends".

Toda seleção é um parto: escolher o que entra na lista dos "mais-mais" significa deixar outros títulos de fora. E isso dói. Mas acho que os livros mencionados fazem jus à tarefa.

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