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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Eu gosto de usar anéis. Embora não consiga mantê-los nos dedos por muito tempo e sempre retire-os na hora de digitar, de escrever, de comer, de dormir, etc, eu gosto de como minhas mãos se comportam com anéis pesando em seus dedos.
Eu tive três anéis que me marcaram muito: perdi dois e deixei de usar um deles.
Quando eu tinha uns quinze anos, ganhei de um amigo um anel de lua e estrela - aquele típico souvenir de Canoa Quebrada. Na época, me pareceu muito especial ser a "menina do anel de lua e estrela", da música do Vinícius Cantuária. Passei anos usando esse anel no dedo médio da mão esquerda, e acreditando que eu era tudo aquilo mesmo que a musa do Cantuária parecia ser pra ele. Um dia perdi o bendito anel no mar, em Barra Grande. Chorei desconsolada, voltei pra barraca, comi uma corda de caranguejo e esqueci. E assim deixei de ser a menina do anel de lua e estrela, embora confesse que ainda adoro a música.
Anos depois, eu mesma mandei fazer uma dupla de anéis nos quais se lia, recortado na prata, o nome Luiz. Assim, eu e meu ex-marido passamos a usar, junto com as alianças de ouro branco, um anel de prata com o nome que é comum aos nossos filhos. Era comum que as pessoas me perguntassem se Luiz era o nome do meu marido, mas absurdamente engraçado era o olhar que as pessoas colocavam no meu ex-marido quando o viam usando um anel/aliança com outro nome masculino. A gente bem que se divertia com a ideia do bofe Luizão. Esse anel eu não perdi, mas parei de usar ao me separar. Embora seja mais uma aliança com meus filhos e com o fato de que somos pai e mãe, achei por bem guardá-lo depois da separação.
Mas o último anel pelo qual me apeguei ainda me faz uma falta danada. Não tinha nenhum significado especial, fora o fato de ter vestido meu dedo como uma armadura. Nele, lia-se amor, energia, força e equilíbrio. Embora tenha sido comprado aqui mesmo em Teresina, as palavras estavam escritas em italiano. Durante uns 3 ou 4 anos usei-o diariamente e já estava tão acostumada a seu peso na minha mão esquerda que tem horas que parece que me falta um osso. Eu já o havia perdido antes, em uma situação trágico-cômica que acabou, graças à gentileza e educação alheias, sendo resolvida. Mas dessa vez foi pra sempre, e de maneira bem sintomática. Era sábado de carnaval e, depois do Sanatório, fui comer pizza com filhotes e amigos. No dia seguinte de manhã não achei mas meu anel no lugar de sempre, na pia do banheiro. Não sei até hoje se o esqueci no banheiro da pizzaria ou se, ao encontrá-lo na pia do banheiro, Tonton decidiu brincar com ele e acabou derrubando no vaso. Foram-se os anéis, ficaram os dedos. Foi-se esse anel, ficou aqui força, amor, energia e equilíbrio.

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