Páginas

sábado, 30 de março de 2013

O que faz você feliz?

Abraço de filho ao acordar - ou a qualquer hora. Beijo de esquimó. Chocolate - branco, meio amargo, ao leite. Chocolate simplesmente, sem preconceitos. Sorvete de chocolate. Sorvete. Ponto. Qualquer sorvete, sempre. Mas sorvete de açaí mais ainda. Tacacá nos domingos de saudade. Lembranças da minha avó - cheiro de patchuli e conforto que só tinha ali. Abraço de urso que aplaca o frio. Revista nova + cama macia. Cheiro de livro novo. Novas descobertas em livros antigos. A descoberta de uma banda nova que me faz sonhar - o momento em que vale a pena deixar de lado a preguiça do novo. Amigos. Todos. Os melhores do mundo - os meus. Família embaixo da mangueira. Esse lugar pra onde eu sempre vou voltar, e de onde eu só saio porque sei que o fio de Ariadna termina ali. Borboletas no estômago -  o toque do celular. Falta de ar. Aquela volta no quarteirão pra esperar a música acabar. Gargalhadas. Cartas, todas as cartas do mundo - as que recebei, as que mandei, as que ficaram guardadas, as que nem sequer foram escritas. Bafinho de filho quando acorda. Aquele momento em que o autor fodão diz aquilo que eu queria dizer mas me achava incapaz de tanto - ai, o orgasmo acadêmico - EUREKA! Chico Buarque como trilha sonora de tudo o que marca. Pedalar no aterro. Acertar o caminho. Descer na parada certa. Promoção de passagem aérea. Escrever - cartas, diários, listas, agendas, compromissos, mensagens de texto. Escrever pra sair de dentro, pra que sirva de registro, pra que eu me lembre sempre porque escrevo, pra não enlouquecer, pra me reconhecer. Escrever pra existir, e pra que o mundo faça sentido. Samba - no coreto, no pub, no largo, no som do carro, na Lapa, na veia. Café. Cafuné. Massagem no pé. Lençol sempre - no frio, no calor, com chuva, debaixo do sol. Lençol com ventinho. Muitos travesseiros. Mar - pra banhar, pra olhar, pra ouvir. Lágrimas quando a tampa da panela tá pra explodir. Cozinhar. Boca ardida - tacos mexicanos. Gargalhadas no quintal: cerveja, comida, amigos, filhos - tudo misturado. Almoço de domingo na casa dos pais. Terraço: pai e mãe lendo o jornal. Banca do Chagas. Fazer supermercado pensando em cada coisa que cada filho vai querer. Meu quarto de solteira, na casa do muro de pedra. A cama que nunca pôde ser tirada do lugar. O melhor sono do mundo. Dormir, dormir bem, dormir muito, dormir tanto que doam as costas. Conversa de mesa de bar. Conversas profundas com pessoas interessantes. Miolo de pote com pessoas interessantes. Criar teorias ridículas na madrugada - teorias inúteis pra explicar desde a unha encravada até a origem dos mitos. Vinho tinto e seco. Sintonia. Chuvinha fina pra dormir. Toró pra correr pelas ruas do macacal. Raios, trovões, barulho da chuva no telhado. Rede com varanda de croché. Vento no cabelo.

Nenhum comentário: