“Nariz e ouvidos servem para sentir.” Não lembro onde li isso, mas gostaria de ter sido eu a autora. Nada remete mais fundo aos sentimentos que cheiros e sons. Sabe-se lá como, determinado cheiro ou um pedacinho de música te leva direto a algum lugar distante, no tempo e no espaço, fazendo um atalho direto pra alma, sem passar pela cabeça, sem raciocínio, sem julgamento. É uma sensação de absoluta entrega se ver revivendo sem querer momentos intensos que foram esquecidos por aí. E quando digo intensos, me refiro a momentos bons e ruins. Outro dia me peguei chorando no carro por conta de uma música que estava tocando. Não deveria ser surpresa, já que eu mesma coloquei o CD, mas tinha esquecido da tal música e de tudo o que ela embalou, e sem mais nem menos estava soluçando no carro, revivendo uma chuva de meteoros que foram as únicas estrelas cadentes que já vi na vida.
Poderia facilmente escolher a trilha sonora de um filme sobre minha vida: todos os momentos foram marcados por músicas: mesmo quando elas não estavam tocando, eu as executava dentro de mim, com todas as reverências que a ocasião merecia. Essas que me marcaram, escuto até hoje e escolho quando quero ouvi-las para mudar meu humor, pra chorar, pra relembrar um tempo bom, pensar no que vem por aí ou simplesmente pra dançar como se estivesse na Aquarius.
Já os cheiros...Esses me parecem mais eficazes ainda na tarefa de ressuscitar vivências. Normalmente tenho problemas com cheiros fortes - e até mesmo fracos - principalmente pela manhã. Não gosto de usar perfume nem nada que tenha odor muito intenso. Costumo descer pela escada de manhã pra não aturar cheiro no elevador. Mas sei lá porque os odores conseguem fazer esse atalho direto pra alma mais rápido ainda que as músicas. E só depois que a sensação passa – boa ou ruim – é que consigo entender, assim, em palavras, o que aconteceu, de onde veio aquela sensação. Tem cheiros que não têm preço: bebê recém-nascido, comida da vovó, umbuzada no fogo, chocolate, terra molhada. Tem cheiros que eu queria nunca mais ter que sentir, mas volta e meia sinto. E tem cheiros que eu sonho em sentir de novo, mas que parecem muito distantes agora. Espertos eram os mais velhos que ao invés de beijo nos davam cheiros!
Poderia facilmente escolher a trilha sonora de um filme sobre minha vida: todos os momentos foram marcados por músicas: mesmo quando elas não estavam tocando, eu as executava dentro de mim, com todas as reverências que a ocasião merecia. Essas que me marcaram, escuto até hoje e escolho quando quero ouvi-las para mudar meu humor, pra chorar, pra relembrar um tempo bom, pensar no que vem por aí ou simplesmente pra dançar como se estivesse na Aquarius.
Já os cheiros...Esses me parecem mais eficazes ainda na tarefa de ressuscitar vivências. Normalmente tenho problemas com cheiros fortes - e até mesmo fracos - principalmente pela manhã. Não gosto de usar perfume nem nada que tenha odor muito intenso. Costumo descer pela escada de manhã pra não aturar cheiro no elevador. Mas sei lá porque os odores conseguem fazer esse atalho direto pra alma mais rápido ainda que as músicas. E só depois que a sensação passa – boa ou ruim – é que consigo entender, assim, em palavras, o que aconteceu, de onde veio aquela sensação. Tem cheiros que não têm preço: bebê recém-nascido, comida da vovó, umbuzada no fogo, chocolate, terra molhada. Tem cheiros que eu queria nunca mais ter que sentir, mas volta e meia sinto. E tem cheiros que eu sonho em sentir de novo, mas que parecem muito distantes agora. Espertos eram os mais velhos que ao invés de beijo nos davam cheiros!
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