Repositório de pequenos sonhos, epifanias e certezas transitórias. Espaço de despejo do excesso que pesa na alma. Lugar de ser pequena quando tudo fora é grande demais.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
ECT
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Atualizando
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Voar é preciso
sábado, 21 de agosto de 2010
Dado, porradas e a suprema arrogância feminina
All U neeed is love
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Samui desu
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Feliz aniversário, Arela!
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Tecnobrega
Só porque deu vontade de estar em Belém de novo. Só porque deu preguiça de voltar à vidinha normal. Só porque eu tava dançando "faz o S, faz o S, faz o S" na frente do espelho. Mas já passou,gente, já passou.
Ó o Dj Cremoso aí!
Nail crisis mode on
Eu não tenho muita paciência pra salão de beleza (lembrei do Zeca Baleiro: baby, você não precisa de uma salão de beleza...). Mas se eu não fizer as unhas elas quebram horrivelmente. Então lá fui eu hoje cortar o cabelo e fazer as unhas. Normal - o salão nem cheio tava.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Não troco jamais!
sábado, 14 de agosto de 2010
Porra, Nina Lemos!
Pequenos conselhos para jovens amigos
É assim que a banda toca. Há que ter carinho e delicadeza e cuidado. Sempre. As amigas a gente pega em casa. Ou deixa que elas nos peguem. Nunca se larga uma moça na roubada na noite. Nunca. Por mais bêbados que eles estejam, os amigos a colocam dentro de um taxi e ainda dizem para o taxista: cuida bem dela que essa menina vale ouro. Nós, garotas, passamos de táxi e ligamos do caminho e dizemos para as amigas: "pode descer". E fazemos o mesmos com os nossos amigos homens.
Aprendam, garotos, aprendam. Cuidado, carinho, respeito. Aprendam. Não sei se é da época de vocês, mas nunca se esqueçam dos Saltimbancos, que não, não são os Trapalhões, como você, menino, acha. É CHICO BUARQUE. Decorem o mantra: "todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco.. ao meu lado há um amigo que é preciso proteger". Aprendam. Faça a coisa certa. Ou meio certa que seja. Mas não deixem as meninas "se virando" depois que vocês já resolveram entre homens todo um esquema. Não é assim. E meninas, exijam, sim, carinho, delicadeza, cuidado. De todos. Sempre. É o que todo mundo merece. E a gente que vive no mundo Saltimbancos acha que é assim, sempre, com qualquer um. Mas não. Nem sempre é. Se não te tratarem com cuidado, querida, não se submeta. Explique. Diga que assim não. E isso é quase uma questão política. Mas é assim que a banda toca, meu tão jovem amigo. É assim que a banda toca. (Por Nina Lemos)
P.S: Não, ninguém me destratou ou me tratou com pouco cuidado. É só que ontem eu parecia ser a única preocupada em saber como a amiga tri-bêbada chegou em casa (teria chegado mesmo?). E mais, ainda me chateei comigo mesma por ter, de novo, estragado meu humor resgatando uma outra pessoa que está sempre em apuros. E creditei isso a exagero e super proteção da minha parte. É não, Nina Lemos. Você tem toda a razão. E exigir cuidado dos amigos é, sim, uma questão política. (Ai, que engraçado ser mulherzinha e assumir que não me basto!)
Paleta
Pena
é severa demais pra me inocentar
não cobra depoimentos
nem sopra os ferimentos da tortura
simplesmente decreta pra minha culpa
prisão domiciliar
Martha Medeiros
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Da cor do pecado
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Só porque eu não podia deixar passar...
- Mãe, por que Deus fez a gente assim?
- Hein? Assim como?
- Com braços, pernas, barriga...
(Conto até dez pra ter paciência.)
Meu Deus, meu filho de 6 anos deve estar usando drogas pesadíssimas!
domingo, 8 de agosto de 2010
Dia do meu pai
A rede do meu pai não é uma só: ao longo da minha vida lembro dele deitado sempre na mesma posição, em redes de cores diferentes, e quase sempre com a varanda de croché rasgada porque ele tem mania de colocar dois dedos dentro do croché e puxar. Caboco do interior do Piauí, nunca se acostumou com cama, e tem um jeito todo dele de deitar na rede: sempre por cima de um braço, e usando o outro pra balançar a rede. Tem uma sensação de tranquilidade que me dá ouvir o barulho da rede balançando, o ranger dos armadores: "o papai tá em casa".
Dentro da rede, uns três lençóis, embora ele não goste de se cobrir. E tem sempre um lençol fininho que ele coloca no rosto na hora de dormir. O cheiro desse lençol é o cheiro do meu pai: nicotina, suor, sei lá. É um cheiro que só ele tem. Quando eu era criança e ele tava viajando, eu matava a saudade dormindo na rede dele e colocava o lençol na cara pra dormir embalada por seu cheiro. Até hoje tenho o hábito quase automático de cheirar o lençol dele quando chego em sua casa.
Era embaixo da rede que eu gostava de deitar pra fazer tarefa da escola, quando era criança. O chão frio do quarto, meus livros e cadernos, e volta e meia eu pedia que ele me ajudasse em alguma questão. Quando eu já era adolescente, ele gostava de me falar sobre história, os conflitos entre judeus e palestinos, a ditadura militar brasileira - sempre deitado na rede, enquanto eu escutava e pensava que ele era tão egoísta de não dividir mais disso com a gente.
Ele nem sabe que o verme do jornalismo nasceu em mim por conta dele. Primeiro, porque ele gostava de ler o que eu escrevia, e me incentivava a escrever sempre. Segundo, por conta de uma greve das universidades federais nos anos 80. Dia após dia, eu o via deitado na rede assistindo ao Jornal Nacional, e se irritando a cada dia mais porque Cid Moreira e Sérgio Chapelin não davam a notícia da greve. Vendo sua revolta, eu, que devia ter uns 6 ou 7 anos, perguntei porque importava que a greve fosse noticiada. "Porque se as pessoas não sabem é como se não estivesse acontecendo, ora!" (Olha o Habermas e a esfera pública aí, minha gente!) Pronto: daí resolvi que eu queria decidir o que as pessoas precisam saber, e acabei sendo jornalista. (Pra imenso desgosto dele que insiste que minha natureza brigona seria uma grande vantagem numa advogada ou que meu idealismo seria útil numa carreira política).
Meu pai nunca foi um pai Gelol, que gostava de participar. Nem lembro se alguma vez brincamos juntos. Mas a rede dele pra mim é até hoje minha rede de proteção - nunca caí sem que ele tivesse embaixo pra aparar. Nos momentos em que o mundo ficou grande demais, difícil demais, doído demais, ele tinha uma ou duas de suas econômicas palavras pra dizer. E talvez por falar tão pouco, suas palavras têm sempre esse peso de verdade absoluta. E seu amor por mim me convence de que eu mereço as coisas com as quais eu sonho, porque ele tem absoluta certeza do que eu mereço, mesmo quando eu não tenho.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
É o melhor para poder crescer
E hoje o cardápio foi invenção da mamãe: arroz com pato, uma iguaria que ela descobriu em Portugal e que logo sacou que eu iria adorar (amo pato!). Isso também é muuuito Mesquita: comer algo e pensar logo que alguém ia gostar de provar. Quando nos reunimos pra falar de alguma viagem, o que todos querem saber foi o que comemos, o que tinha de diferente no cardápio, o que vamos compartilhar quando chegar. As fotos do lugar lindo, as histórias das pessoas que conhecemos ficam sempre em segundo plano. O que vale mesmo é o que comemos.
E eu venho de quase uma semana de orgia gastronômica em Belém: pato no tucupi, filhote no tucupi, tacacá, peixe com açai no mercado, maniçoba, caruru, tudo o que eu tinha direito.
Lembrei agora que outro dia li uma matéria na Veja sobre a biografia do Gilberto Freyre. Entre outras coisas, ele afirmava que não botava fé em mulher que não se interessasse por culinária. Instintivamente, penso assim também: quem não se interessa por comida e, principalmente, quem não gosta de comer, não deve entender porra nenhuma de sexo. Acho que são dois prazeres ligados. Tenho uma agonia desse povo que vive de engolir pilulazinha, que pula refeição, que tá sempre somando pontos antes de comer... Deve ser o tipo de gente que na hora de transar conta os minutos pro orgasmo, e logo em seguida corre pra tomar banho e se sentir "limpo" de novo. Eca! Sei não, mas pra mim cama e comida estão sempre muito próximas. Por isso mesmo, não consigo pensar em algo mais sexy do que um homem cozinhando, cortando tempero, o cheiro de alho dourando no azeite, a bagunça na pia. Imagina um jantar que começa com duas pílulas azuis, e termina com sobremesa de pílulas grená? O que pode ainda haver de sensual num encontro assim?
Vixi, que agora eu vou mesmo é dormir, entupida de pato com arroz e vinho tinto. E viva a gula!
Normal é isso
rio do mistério
que seria de mim
se me levassem a sério?