Páginas

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quanta diferença

Todas as histórias já foram contadas - eu adoro repetir isso. A grande diferença está em como elas são contadas. Vinha eu dirigindo ontem quando começa a tocar uma música de Jorge Vercilo (esse rapazinho ainda não me convenceu) na FM Cultura. E tinha um trecho assim:

Não se ofenda
Com meus amores de antes
Todos tornaram-se ponte
Pra que eu chegasse a você

Tá, nada demais. Mas daí que eu lembrei do finalzinho (que é a parte mais linda) de Para uma menina com uma flor, do Vinícius de Moraes: 

(...) eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aleia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão, de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfeitando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

Dá até arrepio de ler. A mesma história, contada de maneira diferente e infinitamente mais bela. 

2 comentários:

Andreza disse...

Cacá,
Eu também me arrepiei...
Beijo, querida!

Penélope Charmosa disse...

Dêza,

que bom te "ver" por aqui. Nem posso mais dizer que tô com saudades porque eu sei que a cachorra sumida sou eu. Recebeu o beijo que mandei pra você pelo Ernani?

Bj,

Cacá