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segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Que eu desorganizando posso me organizar"

Uma das coisas que eu mais gosto no mundo é de organizar. Pelo menos uma vez por semana organizo e re-organizo meu guarda-roupa. (Não à toa minha primeira e mais marcante providência rumo a uma nova identidade foi tomar conta de todo o guarda-roupa, do jeito que eu queria, ocupando cada espaço comigo mesma). Gosto de separar as roupas por cores, os sapatos por tipo, as calcinhas e soutiens por proposta de uso, as bolsas por tamanho.
Com meus livros sou ainda mais cri-cri. Teorias da Comunicação e do Jornalismo em uma prateleira; telejornalismo em outra, ao lado dos de cibercultura e webjornalismo; Análise do Discurso na prateleira de baixo (pouco usados) , línguas e dicionários numa prateleira sempre à mão. Os livros de antropologia e teoria feminista estão começando a surgir agora e já ganharam uma prateleira só pra eles. Os livros que estão sendo usados no semestre ficam na prateleira pertinho da escrivaninha.Os livros para o lazer ficam em outra estante, no quarto, e quase não tem sido tocados.
Organizar, separar, etiquetar, categorizar me poupam um tempo enorme no dia-a-dia, e me dão uma segurança que eu preciso pra estudar, pra trabalhar, pra produzir.
Mas o melhor de tudo é que antes de organizar sempre preciso desorganizar tudo, tirar tudo das prateleiras, deixar entrar ar pelo micro escritório, ventilar, arejar o guarda-roupa. Quando tiro tudo, descubro coisas das quais não preciso mais: trabalhos antigos de alunos que já estão formados, roupas que não uso mais, sapatos dos quais já cansei, xérox de textos que já não servem, bolsas que eu não preciso mais... E assim um monte de coisa vai pro lixo, vai pra doação, desocupa, desopila,. abre espaço pra coisas novas.
Aqui dentro tento fazer o mesmo: desorganizo, jogo tudo pra cima, espero pra ver o que cai e quebra, o que kicka e onde vai. E estou, aos pouquinhos, devagarzinho, deixando entrar ar em mim.

LATITUDE URGENTE

É preciso mexer no mecanismo dos ventos,
incendiar o medo,
colocar um rock-frevo no toca-discos.
Compor atmosfera nova,
sabotar o tempo,
parir temperatura leve, aquecida.
Diminuir a pressão em todas as altitudes,
diminuir a pressão de todas as atitudes.
Mas, sobretudo é preciso
soltar a fera de um novo amor.


Mário Pirata

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