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terça-feira, 13 de abril de 2010

Copo meio cheio

Enquanto ela caminhava pensava em como era boa a estrada: previsível, como ela sempre gostou. E embora não conseguisse ver aonde lhe levava, sabia exatamente o que lhe esperava no final: as coisas que sempre estiveram nos seus planos, o lugar onde sentaria, a mesa farta, a alegria. Pulou uma ou duas poças, chegou a cair algumas vezes, mas afinal sabia o que lhe esperava. Cansou algumas vezes, deu dois ou três passos pra trás por falta de opção. Mas seguiu. E sabe-se lá da onde ou por obra de quem, um imenso meteoro se espatifou bem na sua frente e os estilhaços feriram seus braços, seu rosto e suas mãos. Ela limpou as feridas, deu meia volta e continuou a andar. Mas não sabia exatamente pra que direção. Mas sabia que ia chegar no mesmíssimo lugar, mesmo sem planejar: a cadeira confortável, a mesa farta, a alegria. Sentia calafrios com o imprevisto, mas ainda assim sabia que chegaria. E, pela primeira vez sem um mapa, sentiu que estava no caminho certo.

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