Hoje eu li e reli o mesmo conto umas cinco ou seis vezes. Não era nenhum grande exemplo da literatura mundial, não era um García Marquez, não era um Machado. Mas era um conto que eu vivi, e que eu escrevi, e que gostei de vivê-lo e de destrinchá-lo em palavras.
Quem me conhece sabe: tenho mania de repetição. Às vezes leio o mesmo livro duas vezes seguidas. Sempre ouço as mesmas músicas repetidamente até que um dos meus filhos reclame que não aguenta mais. No tempo da fita cassete, eu gravava um lado inteiro com uma música pra ouvir sem parar. Agora coloco apenas o botão repeat. Há umas semanas ouvi sem parar a "maria-sem-vergonha" do Chico. Hoje ouvi "Menina Veneno" umas dez vezes (sim, sou eclética...).
Hoje li e reli o tal conto e a cada vez descobri palavras escondidas por mim nas entrelinhas. E senti saudades. Mas a falta que eu senti não foi de nada que tava lá escrito, nem de ninguém descrito, mas dos muitos dias em que escrevi aquele conto, daquela necessidade de falar sobre essa história (que não é de amor e ainda assim é linda). Senti saudades da tarefa que me impus de escrever pra tentar entender, pra catalogar, pra categorizar, pra dar nome aos bois, pra saber de que tipo de matéria foi feita, pra encerrar.
Sim, a lua tá cheia, amanhã é 28 de abril e eu estou nostálgica.
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