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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

É o melhor para poder crescer

Hoje teve um negócio engraçado: festa surpresa que eu soube antes da surpresa, e que ainda tive que fingir que era surpresa. Coisa de Mesquita - elas simplesmente não admitem aniversário sem comemoração, mesmo que você argumente que comemorou no ônibus, com amigos, com colegas, com vinho. Não, não serve. Aniversário tem que ter festa, primos, tias, cerveja, vinho e muita comida: Mesquita style. (Se alguém aí já assistiu ao filme Casamento Grego sabe do que tô falando. Aquela é minha família, com a diferença de que a gente não cospe na noiva a caminho do altar). E eu acho é bom fazer parte de um núcleo assim tão festeiro.
E hoje o cardápio foi invenção da mamãe: arroz com pato, uma iguaria que ela descobriu em Portugal e que logo sacou que eu iria adorar (amo pato!). Isso também é muuuito Mesquita: comer algo e pensar logo que alguém ia gostar de provar. Quando nos reunimos pra falar de alguma viagem, o que todos querem saber foi o que comemos, o que tinha de diferente no cardápio, o que vamos compartilhar quando chegar. As fotos do lugar lindo, as histórias das pessoas que conhecemos ficam sempre em segundo plano. O que vale mesmo é o que comemos.
E eu venho de quase uma semana de orgia gastronômica em Belém: pato no tucupi, filhote no tucupi, tacacá, peixe com açai no mercado, maniçoba, caruru, tudo o que eu tinha direito.
Lembrei agora que outro dia li uma matéria na Veja sobre a biografia do Gilberto Freyre. Entre outras coisas, ele afirmava que não botava fé em mulher que não se interessasse por culinária. Instintivamente, penso assim também: quem não se interessa por comida e, principalmente, quem não gosta de comer, não deve entender porra nenhuma de sexo. Acho que são dois prazeres ligados. Tenho uma agonia desse povo que vive de engolir pilulazinha, que pula refeição, que tá sempre somando pontos antes de comer... Deve ser o tipo de gente que na hora de transar conta os minutos pro orgasmo, e logo em seguida corre pra tomar banho e se sentir "limpo" de novo. Eca! Sei não, mas pra mim cama e comida estão sempre muito próximas. Por isso mesmo, não consigo pensar em algo mais sexy do que um homem cozinhando, cortando tempero, o cheiro de alho dourando no azeite, a bagunça na pia. Imagina um jantar que começa com duas pílulas azuis, e termina com sobremesa de pílulas grená? O que pode ainda haver de sensual num encontro assim?
Vixi, que agora eu vou mesmo é dormir, entupida de pato com arroz e vinho tinto. E viva a gula!

2 comentários:

Jana disse...

Primãaao!
Váaarias observações seguem sobre este seu post:
1. Você sabia que não era surpresa? Sua fingida! Eu entendi que vc não tava sabendo no telefone.... não sei se entendi certo, pq eu tinha tomado algumas e tava enchendo o saco do Hugo pra tocar vampiro doidão no violão!
2. De fato, bela constatação sobre o interesse das Mesquitas em comer, cozinhar, alimentar o povo (e soltar a velha frase no final "gostou mesmo? mas você não comeu nada!")
3. Tinham umas brusquetas à mesa, que estou sabendo, claro, como toda mesquita preze a mamãe me ligou no meio da festa pra contar o que tinha pra comer! Esta receita a tia Vera pegou aqui em curitiba (fui eu que inventei!!! tou me achando!). A visita da tia Vera e tia Mara foi puramente gastronômica e etílica! Cozinhávamos juntas, trocávamos receitas, tudo regado a vinho e cerveja!
4. Saudades!!!!
Ps.: Viu a placa que a tia Vera levou de Curitiba? Está pindurada no tronco da mangueira e diz "aqui tem cerveja gelada".
Só para esclarecer: a mamãe não me ligou só para falar o que vocês estavam comendo, mas para falar que apesar da placa a cerveja estava quente, porque ela se desentendeu cmo o freezer na hora de regular. É... as mesquitas são assim! Cheias de detalhes, mas os temas são sempre comida e bebida.
Beijões, prima!!!!

Penélope Charmosa disse...

ô saudade réia ruim de tu, primão!