Pronto, a explosão que há tempos eu sabia que se aproximava aconteceu! Depois de meses abafando a bomba com sorrisos, com música, com dança, com o calor dos meus amigos, com o frio do Japão, com uma alegria que às vezes é o inverso oposto de mim, com o sorriso fácil, com o humor negro, com o rir de mim, com a vida corrida, com as provas e os trabalhos, com o Hagen Dasz de Creme Burle, com o mau humor... com tantas outras coisitas que coloquei em cima do meu coração bomba, agora ele explodiu.
Bum! Hoje chorei e gritei e xinguei puta-que-pariu-caralho-vai-tomar-no-cu mil-vezes! O estopim? Bati o carro na porta da escola dos meninos. Batida leve, não sei de quem foi a culpa, me propus a pagar o arranhão do outro carro pra encerrar a conversa. Mas a senhorinha (com idade de ser minha avó) que dirigia o outro carro achou por bem me insultar. E eu tenho aguentado alguns sérios insultos de quem me conhece, de quem mal me conhece, de quem eu amo e de quem eu odeio, em formas de palavras e atitutes. Mas ser insultada depois de se comprometer a pagar por algo que não fez é um pouco demais.
Entrei no carro e vinha pra casa, segurando o choro, controlando a raiva, porque é assim que tem que ser, porque é assim que gente civilizada deve agir. Meu pai (sempre ele) me liga de outra cidade pra falar qualquer coisa. E eu desabo a chorar. E quando consigo explicá-lo o que aconteceu ele começa a rir, e dizer que vai ficar tudo bem e que não entende porque eu choro por uma besteira dessas. "Filhota, você não chora por coisa maior e agora vai chorar por causa de uma velha ranzinza e mal educada? Por causa de um carro? Por causa de uma barbeiragem?"
Não, pai, eu choro porque eu queria que não fosse eu a resolver, a lidar com a vida, a levar tudo, a discutir com a velha, a ter um carro que bate e que precisa ser consertado. Eu queria que hoje eu estivesse chorando porque a Veiridiana da 5 série C roubou meu estojo com canetinhas perfumadas e o senhor foi lá na esocla e falou com a coordenadora, e ela teve que devolver, e ela nunca mais me chamou de Olívia Palito, e nunca mais roubou nada meu. É por isso que eu choro. Porque as Veridianas da minha vida adulta são uns monstros e por mais que o senhor já tenha mandado o Batata vir levar meu carro, por mais que o senhor diga que vai falar com a senhorinha mal-educada, por mais que eu vá ficar com seu carro enquanto o meu conserta, eu queria mesmo era que o senhor falasse com a coordenadora do mundo, da minha vida, com Deus, sei lá com quem, e dissesse que eu não posso ser uma aluna assim tão ruim pra que tudo isso esteja agora caindo na minha cabeça.
Pornto, disse! E quem quiser me chamar de menina mimada, pode chamar, eu deixo. Vai ser só mais um insulto! E puta que pariu caralho vai tomar no cu pra você também! Porque hoje eu vou chorar até amanhã!
4 comentários:
Chora, prima. Põe pra fora. Manda todos e tudo à merda porque vc tem direito. Senta na beira da calcada e desaba. Grita todos os puta-que-pariu-caralho-vai-tomar-no-cu que vc conseguir (mas em alto e bom som, por favor). Depois respira, liga pra quem te ama - e são muitos- e marca uma cerva pra mais tarde. Porque hoje é sexta- feira e vc merece ainda rir disso tudo em boa companhia. Beijocas.
maria, tenho dois ombros aqui pra ti, braços fortes e sei xingar bem alto quando quero. (me dá a placa do carro da velha coroca que vou mandar resolver o problema dela) amo tu
ligue o foda-se e seja feliz... já disse algum sábio falante!
Nossa, foi assim que eu me senti quando bati o carro na sexta. Querendo colo, sabe?! Me senti desamparada. Vontade de deitar num colo e alguém resolver pra mim a merda que eu tinha feito. Ai... mas umas 2 horas de chôro me serviram bem! Só asim pra tu chorar, né, prima?! É bom que botar pra fora! Bjos da sua outra prima barbeira... Jana
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