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sábado, 10 de maio de 2008

Dia das Mães


Mais um texto sobre mães. Como se eu não fizesse isso todas as semanas, em parceria com minha amiga e mãe da Emilinha, Elizângela Carvalho. (Olha o merchandising aí, gente: Coluna M3 [mãe, mulher, moderna], aos domingos, no caderno Metrópole do Jornal O Dia).

Não vou perder meu tempo falando sobre o que é ser mãe: só quem tem filhos sabe o que é mesmo, e se você não tem não vai aprender apenas por ler minhas sábias (?) palavras. Ah! E nem vem me dizer que você sabe o que é maternidade porque é filho (a)! Há um probleminha de perspectiva, meu bem. Mas um dia você descobre, ou não (como diria Caetano Veloso).

Vou deixar então que meus filhos falem por mim. Escavuquei diários antigos, com um saudade antecipada do dia em que eles me deixarem, e achei algumas pérolas:




* Diálogo travado às 6 da manhã de um domingo, enquanto eu tentava dormir só mais um pouquinho. Pedro tinha 5 anos na época.

- Mãe, você sabe o que quer dizer ajsgdajsgdajsgdajhsgd?

- Não! Onde você ouviu essa palavra?

- No desenho tal. Acho que é inglês.

- Nunca ouvi essa palavra. Deixa eu dormir mais um pouqunho...

- Mas mãe, é inglês! Você não sabe tudo de inglês?

- Sei não, filho.

- Mas você não é professora de inglês?

- Sou, mas não sei tudo. Só quem sabe tudo de tudo é Deus.

- Pois pra mim você é o meu Deus.

(Durma com um barulho desses!)




* Zé Luiz, aos 3 anos, vendo a mãe se arrumar pra sair:

- Mãe, você tá linda, tá parecendo uma princesa!

Cinco minutos depois...

- Mãe, você É uma princesa, mas não igual àquela da história que vai embora com o príncipe não, né?




* Zé Luiz, aos 4 anos, no carro com a mãe e o pai:

- Mãe, se eu fosse tu, eu casava com o José Luiz.

- Mas e o papai? Quem ia casar com ele?

Um minuto pensando...

- Ele não precisava casar, não, mãe. Ele ia ser teu filho.

(Freud explica)




* Pedro, aos 9 anos, no cartão do dias das mães de 2007, confeccionado na escola:


Você é uma pérola rara que não racha

Você vale o infinito

É o poço de amor e glória

É a vida mais importante

É a pessoa perfeita

É uma coisa...

Uma pessoa...

Uma glória...

Um passo...

Uma deusa...

Um parágrafo do texto da vida de Deus...

Uma semente legendária...

Uma explosão de alegria...

Um espírito de paz...

Uma prova de verdade...

Uma mãe...

Não

Minha mãe.


(Um lenço por favor, que eu acho que vou chorar)



Por enquanto, nenhuma pérola do Antonio, ou pelo menos nenhuma que possa ser escrita assim em palavras. Mas caberia aqui, se fosse possível reproduzir, o abraço apertado que ele me deu na cama do hospital, quando tinha 1 ano e 4 meses. Já estressado pelas quatro tentativas frustradas das enfermeiras em colocar um soro naquela veinha pequena, ele me viu berrar e dizer que não ia deixar mais ninguém furá-lo. A pediatra, Dra. Clara, ficou calada enquanto eu exigia que se marcasse a colocação do catéter, pra que não fosse mais preciso ele passar por tudo aquilo. Quando recuperou a fala, ela me lembrou dos riscos de infecção de um catéter, e eu falei que assumiria o risco. Mesmo sem entender o teor do diálogo, Antonio viu que eu estava lhe protegendo do sofrimento e me deu um abraço de quebrar pequenas costelas. Mas a sensação de amor, gratidão e segurança do abraço não cabe aqui.


2 comentários:

Thaty disse...

Maria

Nem preciso dizer o quanto te admiro como amiga, profissional, pessoa, mulher...e, principalmente, como mãe!

Que esse dia das mães seja ainda mais especial, mais lindo, cheio de histórias e beijos e abraços e muitos sorrisos.

Não tinha como os meninos serem diferentes do que são: lindos, inteligentes, desenrolados...Eles tem um exemplo forte!

te amo muito!!

beijos beijos

Eulália Vasconcelos disse...

Amiga! Amei teu texto. Ser mãe é isso mesmo! Não dá para explicar, não dá para expor, apenas SER!!!! Te amo! Bjs!