Esses dias Antonio começou a usar o troninho. Demorou menos do que a gente pensava pra que ele se convencesse de que sentar no penico naquela hora era mais legal que fazer o serviço na fralda. Na verdade não sei se aprendemos isso com a prática (afinal ele já é o terceiro) ou se essa habilidade já vem no modo default de pais, mas foi fácil persuadi-lo usando a velha técnica do orgulho materno. Explico: pra conseguir qualquer coisa de uma criança, basta que a mãe se mostre feliz e orgulhosa dele. “Senta no troninho, filho. Mamãe vai achar lindo!” Pronto! Pra fazer a mãe feliz ele senta até em brasa quente. Depois de terminado o serviço, Antonio ainda fez questão de exibir sua obra. Pra completar o truque mamãe-orgulhosa ainda guardei o fruto de seu esforço, dentro do penico, pra mostrar ao pai quando chegasse. Realização total: os planetas-pais que giram em sua órbita felizes e orgulhosos do pequeno astro-rei!
Essa técnica pode ser aplicada ao longo da vida inteira do seu filho, com exceção, talvez, daquela época chata de rebeldia chamada adolescência. Na verdade, até hoje, adulta, acho que ainda tomo muitas atitudes só pra agradar meus pais e vê-los falar ou olhar pra mim com orgulho. Certamente nenhum outro combustível é mais potente para me impulsionar na direção das coisas que o olhar aprovador vindo daqueles que me criaram. E às vezes me pego tomando decisões que penso serem minhas, mas que acabo descobrindo que trazem como pano de fundo o desejo de satisfazê-los.
Afinal, não sou tão diferente do Antonio em sua adaptação ao peniquinho.
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