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domingo, 4 de maio de 2008

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

OK, o caso Isabela Nardoni já deu o que tinha que dar (em termos midiáticos, obviamente). Ao que (a)parece, a madrasta esganou a menina em um momento de fúria e o pai tratou de jogá-la do sexto andar para simular que o crime fora cometido por outra pessoa. Cruel, principalmente se narrado assim, quase sem adjetivos como monstruoso, frio, impensável, covarde. Mas depois de tanta exposição, a novela Isabela Nardoni acabou ficando tão banal quanto qualquer novela das 8 (que na verdade passa às 9!). Efeito narcotizante.
Corta! Direto da Áustria, a TV traz em seu rico espetáculo de sons e imagens a história do pai que estuprava a filha desde os 11 anos e que resolveu trancá-la em um porão especialmente preparado para esse fim, bem embaixo da casa onde ele levava uma vida normal de cidadão respeitável com sua esposa e mãe da menina. Para melhorar o roteiro de filme de terror, a menina ficou presa por 24 anos, durante os quais pariu (sozinha e sem qualquer ajuda) sete filhos do próprio pai. Desses, três foram elevados à condição de gente pelo pai/avô/deus que decidiu levá-los ao andar superior da casa e criá-los como netos. Um morreu logo ao nascer. Outros três viviam com a mãe no porão, sem ver a luz do sol, sem se exercitar, sem conhecer o mundo lá fora, na situação de absoluta ignorância do mundo, como na caverna de Platão.
Depois disso, não parecem Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá dois anjos de candura? Parece que já temos a nova Odete Roitman dos noticiários.

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