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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cacá in a box

Encaixotar a vida é tarefa ingrata e cansativa, mas também libertadora. Esses dias encaixotei lembranças, pedaços de vida, fraldinhas bordadas, sorrisos. Guardei com carinho fragmentos de felicidade, trechos de músicas ouvidas na varanda, calor de amigos à minha volta na cozinha, passinhos incertos pelo corredor, planos e sonhos. Joguei fora dores, mágoas, e qualquer restinho de tempero amargo que ainda estivesse num canto escondido do armário da cozinha. Ao separar o que eu queria do que eu não levaria comigo, acabei produzindo mais cacarecos: uma certeza cega de que tudo vai ficar bem, uma coragem pra seguir, uma sensação de ser invencível, e uma felicidade que não consigo reconhecer de onde vem. Tá tudo aqui guardado. E é com esses cacarecos e bugingagas que vou entrar na minha nova casinha. Lembrando sempre a mensagem que uma amiga me mandou meses atrás, sigo feliz com os filhotes para construir entre aqueles tijolos nosso novo lar:

"Cacá, sinto que casa nova, tijolo e reboco com certeza vão te trazer muita felicidade. É minha sensação e desejo que assim seja... encaixotar e levar só o que interessa é um exercício poderoso! um beijo."


P.S.: Muitíssimo obrigada a Mu, Beth, Ostiga, Lasanha. Sem vocês a mudança teria sido não só mais difícil, mas praticamente impossível. Agora é aguardar a hora da lavagem de sal grosso na casa nova.

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