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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Qual o contrário de olho-de-boi?

Sede de chuva. Hoje eu acordei com uma sede absurda de chuva. Depois de um sonho esquisitíssimo e longo, depois de uma misteriosamente bem dormida noite, acordei querendo uma chuva beeem forte. Acho que no sonho Jorge Benjor tocava sem parar - vai ver ele tocava que "lá fora está chovendo mas assim mesmo eu vou correndo" ou algo do gênero. (Jorge Benjor tem muitas músicas de chuva, não?)
E parece até que tinha chovido a noite e vai ver por isso mesmo chovia no meu sonho esquisito (que nem era um sonho bom). Talvez o cheiro de chuva tenha invadido meu quarto e por isso eu quisesse tanto encontrar o céu caindo quando saísse da garagem.
São Pedro até tentou: o céu tava meio nublado. Mas não demorou muito abriu aquele solzão. E o dia passando e eu querendo chuva e trovão, daqueles que quebram lá de cima do céu, daqueles que só mesmo na Chapada do Corisco acontecem.
E à tarde eu tentava ajudar umas mãozinhas inexperientes a escrever e pensava que agora a chuva ia cair, mas nada. E lia o que Balandier tem pra dizer sobre a modernidade e pensava que podia cair uma chuva em cima do livro e eu não ter mais que entender nada disso.
E saí de novo de casa, sem chuva, pra assinar uns benditos papéis. Nessa hora eu juro que ouvi um trovão, mas devia mesmo ser fogos de artifício.
Depois de quase um mês sem pisar na análise, fazendo birra com a analista, resolvi reaparecer. Nessa hora - juro! - ia mesmo chover. Estacionei a duas quadras e fiz questão de deixar o guarda-chuva no carro. Vento forte. Céu fechado. Agora vou tomar um banho de chuva!
Que nada! Subi, deitei, falei, calei, desci. E a chuva, de novo, nada! Tudo o que encontrei foi um engarrafamento na Frei Serafim, seguido da impossibilidade de estacionar no Riverside (ainda sem presente pra mamãe, portanto!).
E agora a noite, eu e Balandier de mãos dadas, mas com afinidade zero. E o céu estrelado, rindo da minha cara. E pra que diabo adianta eu entender a modernidade se eu não consigo uma mísera gota de água do céu!

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